Há cerca de um mês atrás, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, afirmou que a eventual privatização dos sistemas de abastecimento de água e saneamento seria um «erro histórico». Ontem, 17 de abril, foi inaugurada, no Convento dos Remédios, em Évora, a exposição «O Aqueduto da Água da Prata e o Património Hidráulico de Évora».

Inaugurada no âmbito das comemorações do «Dia Internacional dos Monumentos e Sítios», que se assinala a 18 de abril, a exposição está integrada no Programa de Conservação e Consolidação do Aqueduto da Água da Prata, inicialmente submetido e selecionado ao World Monument Watch 2016-17 do World Monument Fund.

A exposição é constituída por peças de arqueologia, fotografias de reconstituições a três dimensões, desenhos, pinturas, objetos e artefactos diversos ligados à utilização da água, a exposição evidencia a beleza e imponência monumental do Aqueduto da Água da Prata. Dá amplo destaque ao património hidráulico que ao longo dos tempos, desde o período romano, passando pela Idade Média, até aos nossos dias, se foi constituindo em função da necessidade de captação e administração de água para o abastecimento público, e que hoje é parte importante da história da cidade.

Carlos Pinto de Sá destacou a candidatura ao Programa Life, que prevê um projeto de recuperação do aproveitamento das Nascentes da Água da Prata para consumo, conjugando a vertente funcional do aqueduto com a valorização e aproveitamento dos recursos naturais de forma sustentável. O edil eborense lembrou que «em Portugal, desde a revolução de abril de 1974, fizemos um caminho notável para garantir o acesso à água e ao saneamento à generalidade da população. Esse caminho deve-se, de forma determinante, ao poder local democrático, à sua autonomia e cooperação, à posse e à gestão pública dos sistemas e das origens, à sua capacidade para, com parcos recursos, encontrar as formas adequadas para servir as populações».

A exposição estará patente ao público até janeiro do próximo ano. Durante este período está programado um alargado programa interpretativo que incluirá visitas guiadas, oficinas pedagógicas, colóquios e palestras temáticas.